O que é ejaculação retardada? Entenda o quadro, sintomas e tratamentos

A ejaculação retardada é um quadro clínico que afeta muitos homens – somente na Espanha, por exemplo, entre 1% e 4% dos homens sofrem desta disfunção. No entanto, ele é pouco discutido devido aos tabus de nossa sociedade.

No artigo de hoje, explicaremos todos os detalhes sobre o quadro, seus sintomas e principais tratamentos disponíveis.

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Entenda o que é a ejaculação retardada

A ejaculação retardada se refere à dificuldade de ejacular, mesmo que o homem apresente uma ereção firme e excitação. Em alguns casos, o indivíduo pode chegar ao orgasmo sem ejacular sêmen, por exemplo.

Como citado em nosso artigo que menciona os fatores por trás da dificuldade de ejaculação masculina, a ejaculação retardada é caracterizada por um período longo até que o homem consiga alcançar o orgasmo durante o ato sexual. O tempo médio para que a ejaculação aconteça durante o sexo gira em torno de 5 minutos, no entanto, o homem consegue controlar de forma consciente esse tempo.

Os indivíduos que possuem ejaculação retardada não conseguem controlar esse atraso e, por isso, a demora para a ejaculação varia conforme o grau da condição, podendo durar até mesmo mais de 1 hora.

O habitual é que a ejaculação retardada apareça durante o ato sexual, já que 85% dos homens com o quadro são capazes de alcançar o orgasmo por meio da masturbação.

Os principais sintomas da ejaculação retardada

A ejaculação retardada pode estar relacionada a uma infinidade de questões. No entanto, as principais causas se dividem em efeitos colaterais de medicamentos e também a questões psicológicas.

Os medicamentos que mais produzem efeitos colaterais e podem causar a ejaculação retardada em homens são os antidepressivos, ansiolíticos e remédios para regular a pressão arterial. O abuso de álcool e drogas também pode causar a ejaculação retardada.

Certas questões psicológicas também podem colaborar para problemas relacionados à ejaculação. O medo de não ter um bom desempenho, insegurança, depressão e ansiedade são fatores que podem ocasionar a ejaculação retardada e, por isso, merecem atenção.

Outra causa possível da ejaculação retardada é o condicionamento por meio de estimulação sexual única. Por exemplo, um homem que está acostumado a se masturbar com movimentos muito intensos pode não conseguir chegar ao clímax durante uma relação que possua um processo mais lento de intercurso.

Causas da ejaculação retardada

A ejaculação retardada pode ocorrer devido a uma combinação de fatores físicos, psicológicos e externos, como o uso de medicamentos. Abaixo, explicamos cada um deles com maior profundidade para que você compreenda as possíveis razões por trás desse quadro.

Fatores físicos

Há alguns fatores físicos que podem desencadear o problema, como:

Doenças neurológicas

Condições que afetam o sistema nervoso central ou periférico, como lesões na medula espinhal, esclerose múltipla ou neuropatias periféricas (comuns em casos de diabetes), podem interferir na comunicação entre o cérebro e os órgãos genitais. Essa comunicação é essencial para o reflexo ejaculatório, e qualquer dano pode dificultar ou atrasar a ejaculação.

Diabetes

A diabetes descontrolada pode levar à neuropatia diabética, uma complicação em que os nervos são danificados devido ao excesso de glicose no sangue. Isso afeta os nervos responsáveis pela resposta sexual, incluindo o controle da ejaculação.

Distúrbios hormonais

Os níveis baixos de testosterona, hormônio responsável pela libido e função sexual masculina, podem influenciar diretamente na ejaculação. Além disso, problemas na tireoide, como hipotireoidismo, podem alterar o metabolismo e o equilíbrio hormonal, contribuindo para o quadro.

Cirurgias ou lesões

Intervenções cirúrgicas na região pélvica, como cirurgias para tratar o câncer de próstata ou bexiga, podem danificar os nervos e músculos envolvidos na ejaculação. Lesões traumáticas na região genital ou pélvica também podem causar efeitos semelhantes.

Uso excessivo de álcool ou drogas

O consumo abusivo de álcool pode reduzir a sensibilidade dos nervos e prejudicar o reflexo ejaculatório. Substâncias ilícitas, como opioides ou drogas recreativas, também podem interferir no funcionamento normal do sistema nervoso e hormonal.

Fatores psicológicos

Há, também, fatores psicológicos que podem desencadear a questão, como:

Ansiedade e depressão

Questões emocionais, como ansiedade de desempenho, podem fazer com que o homem fique tão preocupado em “corresponder às expectativas” que isso afeta sua resposta sexual. Por outro lado, a depressão pode diminuir o interesse sexual e tornar o processo da ejaculação mais difícil.

Estresse crônico

O estresse afeta diretamente o sistema nervoso e os hormônios do corpo, como o cortisol, que, quando elevado por longos períodos, pode prejudicar o funcionamento sexual. Além disso, o estresse pode dificultar o relaxamento necessário para atingir o clímax.

Traumas ou experiências negativas

Experiências anteriores relacionadas à sexualidade, como abuso, rejeição ou culpa, podem criar bloqueios psicológicos que afetam o momento da ejaculação. Esses traumas podem levar a um comportamento subconsciente de inibição.

Medicamentos e substâncias

Por fim, alguns medicamentos ou substâncias podem desencadear o problema, como:

Antidepressivos (ISRS)

Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina, sertralina e paroxetina, são amplamente prescritos para tratar depressão e ansiedade. Embora eficazes, esses medicamentos podem atrasar a ejaculação, já que aumentam os níveis de serotonina no cérebro, uma substância que, em excesso, pode inibir o reflexo ejaculatório.

Antipsicóticos

Medicamentos utilizados para tratar transtornos como esquizofrenia ou bipolaridade podem interferir na função sexual. Eles podem alterar os níveis de dopamina, um neurotransmissor essencial para a sensação de prazer e para o processo de ejaculação.

Anti-hipertensivos

Medicamentos usados para controlar a pressão arterial, como beta-bloqueadores ou diuréticos, podem diminuir o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e afetar a função sexual. Isso pode retardar tanto a ereção quanto a ejaculação.

Outras substâncias

Além de medicamentos, o uso de narcóticos, como heroína, ou sedativos, como benzodiazepínicos, pode causar alterações na resposta sexual devido ao impacto que essas substâncias têm no sistema nervoso central.

Outros fatores a considerar

Idade

Homens mais velhos podem experimentar alterações naturais na função sexual devido à diminuição nos níveis de testosterona e mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento.

Hábitos de Vida

Um estilo de vida sedentário, má alimentação e falta de exercícios físicos podem contribuir para problemas circulatórios e hormonais, afetando a resposta sexual.

Por que procurar ajuda médica?

Se a ejaculação retardada ocorre com frequência e está afetando sua qualidade de vida ou relacionamento, é essencial procurar ajuda médica. Um urologista ou sexólogo poderá identificar a causa específica por meio de exames físicos, análise do histórico médico e, se necessário, testes laboratoriais. 

Com o diagnóstico correto, será possível escolher o tratamento mais adequado, que pode incluir mudanças no estilo de vida, terapia, ajustes nos medicamentos ou intervenções específicas.

A ejaculação retardada pode ser tratada e controlada. Quanto antes for diagnosticada, maior será a chance de recuperar uma vida sexual satisfatória.

Tratamentos disponíveis para a ejaculação retardada

Na maior parte dos casos, a ejaculação retardada não traz malefícios à saúde do homem, mas prejudica a sua qualidade de vida, pois impacta diretamente em sua autoestima e autoconfiança. Esses sintomas podem ocasionar dificuldades comportamentais, influenciando diretamente no relacionamento amoroso.

São diversos os tratamentos existentes para a ejaculação retardada. No entanto, ele dependerá da identificação da causa. Por isso, o primeiro passo para o tratamento da ejaculação retardada é a busca de um médico andrologista. Ele é o profissional responsável pelo diagnóstico do quadro e posterior tratamento.

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Dr. Elton Sanchotene

O Dr. Elton Sanchotene possui experiência na área da Andrologia, adquirida durante sua formação de 4 anos no Instituto de Urologia, Nefrologia e Andrologia – IUNA, Fundação Puigvert, Barcelona, Espanha. Atua como Urologista desde 1995 e atende em consultórios privados em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Realiza atendimentos principalmente para quadros de disfunções sexuais, disfunção erétil, ejaculação precoce e andropausa.